quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Noite perfeita


Nós dois abraçados na cama
Ele me beija e diz:
eu te amo, amor
Eu respondo:
eu também
Ele completa:
mas eu amo mais
Eu concluo:
impossível

Ele segura a minha mão
Ouço sua respiração
Sinto seu cheiro

Naquele instante sou a mulher mais feliz do mundo
Amada, protegida
A melhor canção de ninar

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

In(timidade)


Intimidade, pra mim, exige tempo. Mais do que isso, exige confiança e empatia. Confesso que não consigo ser íntima de ninguém com facilidade... preciso antes reconhecer o terreno, avaliar onde estou "pisando". Por outro lado, deixo de ser íntima de outra pessoa com muita rapidez.

Não sei se tem a ver... mas durante a infância, morei em várias cidades. As mudanças eram constantes e me acostumei com pessoas entrando e saindo da minha vida. Como era criança, não podia manter contato com muita gente de quem gostava e acho que aceitei o fato de que não veria mais certas pessoas.

Pode ser amigo, namorado, colega de trabalho ou da família... quando passo muito tempo sem ver alguém, algo se perde. É uma fronteira invisível que se rompe. Acho que a culpa é minha, às vezes, basta um telefonema, um e-mail e até um recadinho no Orkut pra tornar as pessoas mais próximas. De certa forma, eu permito que as pessoas se afastem de mim, aceito com naturalidade a ausência delas em minha vida.

Admiro quem consegue criar um clima de intimidade rapidamente e, acima de tudo, os que conseguem mantê-lo. Tenho uma amiga que mantém sempre vivos os laços que a une a amigos, colegas, parentes. Ela jamais neglicencia relacionamentos. Ela liga, manda-email, marca encontros e, pasmem, combina até café-da-manhã pra reencontrar alguém. E eu não estou falando de intimidade forçada, que simplesmente abomino: tem gente que quer ser o melhor amigo de todo mundo. Aliás, há quem meça a popularidade pelo número de "amigos" no Orkut. Ah, e a gente ainda vê em colunas sociais de alguns jornais: fulaninho e fulaninha convidaram 200 amigos íntimos para o seu casamento. "Duzentos amigos íntimos"? Tá bom... mas isso é tema pra uma oooutra postagem.

Quem já trabalhou em grandes empresas também já deve ter percebido esse entra-e-sai de pessoas na vida da gente. Trabalhamos anos com alguém, horas por semana, às vezes compartilhamos muito da nossa vida e, de repente, essa pessoa não está mais lá. Foi demitida, arrumou um novo emprego, mudou de cidade, casou. Uma pessoa que era quase um membro da nossa família, passa a não fazer mais parte da nossa vida. Uma intimidade conquistada com a convivência constante, simplesmente, se evapora no ar.

Gostaria de não ter saído da vida de muita gente e adoraria que muitos voltassem a fazer parte da minha. Mas, como a maioria das coisas na nossa vida, é preciso dedicação. Um esforço em direção a quem se quer bem.

domingo, 7 de setembro de 2008

A hora certa de desistir


Como saber a hora certa de desistir? Como distinguir perseverança de teimosia? Quando parar de apostar em determinado cavalo?

Nem sempre se ganha... mais difícil do que perder, talvez seja aceitar a perda, conviver com a derrota. Desistir é despedir-se de uma parte de nós mesmos.

Acabar um namoro é renunciar a sonhos comuns. Largar um emprego é abdicar de uma escolha profissional. Mudar de cidade é abrir mão de um estilo de vida. Desistir é reconhecer a necessidade de mudança.

Pra mim, saber a hora certa de desistir é quase tão importante quanto saber a hora de apostar.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Vencedor é quem se vence


A frase acima, cuja autoria desconheço, está no MSN da minha irmã. Acho a sentença extremamente acertada e entendo a escolha. Minha irmã é meu melhor exemplo de superação.

A grande batalha que travamos, diariamente, é contra nós mesmos. O maior desafio é vencermos nossos medos, nossos defeitos, nossos preconceitos, nossas limitações físicas e emocionais.

É claro que há muita competição por aí. A propaganda estimula ainda mais o instinto competitivo que existe dentro de nós. Não basta ser esposa, amiga, mãe e profissional, é preciso ser a melhor. O mercado de trabalho está cada vez mais acirrado. Concorrência é o que não falta nos relacionamentos, especialmente, se você é mulher. As comparações também são comuns na própria família.

Apesar disso, acredito que deveríamos nos concentrar em vencer a nós mesmos. É difícil não olharmos para o lado durante a corrida, mas mais difícil ainda é batermos nossos próprios recordes. Podemos começar com pequenas coisas: aprender a dirigir, a nadar, a tocar violão; ser mais otimista, perseverante, tranqüilo; dar uma chance para aquela pessoa que a gente não vai muito com a cara.

Não importa se essa competição vai durar uma semana ou dez anos. Como pregam os alcoólicos anônimos: um dia de cada vez.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Divãneios


Outro dia conversava com uma amiga sobre terapia. Sim, eu já fiz terapia e recomendo. É um ótimo exercício para o auto-conhecimento. Não posso dizer que já resolvi tudo por meio da análise, mas mudei aspectos importantes da minha vida.

A maioria das pessoas é relutante e ainda causa estranheza aos ouvidos dizer: "faço terapia". As pessoas já pensam que há algo errado, claro que quando se procura terapia é porque se está descontente com algum ou alguns aspectos da vida, mas quem não está? Estranho é estar infeliz e não procurar ajuda. Estranho é identificar dificuldades no dia-a-dia e não tentar, pelo menos, mudar. Ah, claro, é preciso coragem. Coragem para se encarar no espelho e admitir que sua vida não está lá uma maravilha.

Uma das coisas que aprendi na terapia é que somos protagonistas do filme da nossa vida. Pior, somos os diretores, os roteiristas, os figurinistas e os responsáveis pela escolha do elenco. Se o filme vai ser indicado ao Oscar? Só depende de nós.

Pra mim, a vida é como um programa de computador composto por vários arquivos: profissão, família, amizade, religião, lazer, corpo e mente. Todos os arquivos precisam da nossa atenção. Para trabalhar, estudamos, fazemos cursos, estágios. Para os amigos e a família, dedicamos amor, compreensão e grande parte do nosso tempo. Para cuidar do espírito, rezamos, meditamos e até freqüentamos igrejas. Para nos divertir, temos o esporte, o cinema, as rodas de bar. Para manter a sáude, vamos ao médico, fazemos exercícios, cuidamos da alimentação. E para a nossa mente? Não vale dizer que lemos e fazemos palavras-cruzadas.

É triste, mas poucos são os que param para refletir sobre sua vida. As pessoas vão vivendo. É difícil de reconhecer, mas a nossa vida é exatamente do jeito que a gente quer. Não há vítimas, nem vilões. Somos os únicos responsáveis pela nossa trajetória e, já que pode não dar tempo de passar a limpo o rascunho, por que não recorrer ao divã?

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

P-I-P-O-C-A


Eu aaaamo ir ao cinema. Pra mim, assistir a um filme na telona é o mesmo que alguns dizem sobre sexo: "mesmo quando é ruim, é bom".

Eu prefiro os dramas, suspenses e policiais, mas vale tudo: comédia, terror, documentário, musical e até comédia-romântica. É claro que quando a história é boa, independe do gênero.

Pra mim, não existe maneira melhor de conhecer uma história do que por meio da telona. Adoro assistir à TV, ler um bom livro ou mesmo ouvir alguém falar sobre suas experiências de vida, mas só o cinema me faz ficar vidrada.

Quando eu entro naquele escurinho, o resto do mundo fica do lado de fora. É a melhor forma de espantar a tristeza. Ah, e se o filme em cartaz for um bom dramalhão, é uma ótima oportunidade para chorar à vontade.

Só tem uma coisa melhor do que ir ao cinema: ir ao cinema e comer "um balde" de pipoca. Faz barulho, suja o chão, engraxa as mãos, mas os "anti-pipoca" que me desculpem, é muuuuito bom!

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Não abro mão do amor


Comparo o nosso amor
A certas coisas que faço
Ao descascar batatas
Não corto fininho
Arranco os pedaços

(Paula Taitelbaum)

Não sei se é de hoje ou se sempre foi assim... amamos pouco. O medo, as frustrações, os desejos falam mais alto. Poucos realmente se dedicam à alguém ou a algum relacionamento. As pessoas transam, namoram e até casam, mas vejo poucos casais compartilharem suas vidas de verdade.

Falta companheirismo, paciência (sim, é preciso muita paciência), respeito e admiração. Mas, sobretudo, falta paixão. Não falo daquele entusiasmo que sentimos quando começamos a sair com alguém, mas da intensidade do sentimento.

As pessoas saem, se conhecem e começam a namorar. Namoram, engravidam e decidem se casar. Vão levando em banho-maria. Ele não morre de amores por ela, ela sabe que ele não é seu príncipe encantado, mas "vão tocando".

Não!!! Não entendo quem permanece com uma pessoa se sabe que não a ama verdadeiramente. Talvez seja por isso que os relacionamentos são tão descartáveis, que as pessoas tratem as outras com tanta leviandade quando o assunto é o coração.

É difícil manter um relacionamento: driblar a rotina, conviver com diferenças, aceitar dias de mau-humor, crises financeiras, mas quando se ama de verdade é beem mais fácil. Se já é difícil ser fiel se amando muito, imagina gostando "naquelas"?

Para amar, é preciso se doar e acho que a maioria está preocupada mais em receber. Amar dói, faz chorar, mas também faz rir. Não existe nada melhor do que se sentir realmente amado e fazer alguém se sentir verdadeiramente amado também.



segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Silêncio


Hoje fui a um centro espírita. Em uma das paredes havia um cartaz que dizia: o silêncio é uma prece. Fiquei pensando nisso...

Meditar exige silêncio, o barulho não combina com a harmonia ou com a busca do equilíbrio. Já tentei meditar, mas é difícil pra mim manter a concentração... o pensamento voa. Aliás, acho quase impossível conseguir não pensar em nada como prega a meditação budista.

Quando estamos em silêncio, dialogamos com nós mesmos. Talvez esse monólogo interno seja uma forma de orar sim. Quando estamos em silêncio, ouvimos mais, vemos mais, compreendemos melhor.

O que tem me chamado a atenção, ultimamente, é o fato de que as pessoas precisam, cada vez mais, falar, conversar, reclamar, manifestar seus desejos, seus medos, mas muito poucos estão dispostos a ouvir.

É difícil silenciar: interromper o discurso quando o interlocutor não está nem aí; parar de argumentar porque o outro não vai mudar de idéia; deixar pra lá porque, afinal, é o jeito do cara; não dizer nada porque um abraço fala por si.

Mulher-balanço

sou uma mulher madura
que às vezes anda de balanço

sou uma criança insegura
que às vezes usa salto alto

sou uma mulher que balança
sou uma criança que atura

(Martha Medeiros)

Confesso que até hoje adoro andar de balanço! Não sei se é saudade da infância ou um hábito do qual não consigo me libertar, mas é justamente a sensação de liberdade, promovida pelo embalo, que me fascina.

Sempre que me deparo com um playground ou um parquinho infantil numa pracinha qualquer, sinto uma vontade, quase incontrolável, de correr até um dos balanços e me deliciar naquele vai-e-vem.

O vento no rosto, a velocidade, o friozinho na barriga ... e tem gente que enjoa ao se balançar, pode?

domingo, 10 de agosto de 2008

Por que escrever?


Porque escrever é uma forma de exorcizar anseios, comungar idéias e organizar sentimentos.