segunda-feira, 29 de setembro de 2008

In(timidade)


Intimidade, pra mim, exige tempo. Mais do que isso, exige confiança e empatia. Confesso que não consigo ser íntima de ninguém com facilidade... preciso antes reconhecer o terreno, avaliar onde estou "pisando". Por outro lado, deixo de ser íntima de outra pessoa com muita rapidez.

Não sei se tem a ver... mas durante a infância, morei em várias cidades. As mudanças eram constantes e me acostumei com pessoas entrando e saindo da minha vida. Como era criança, não podia manter contato com muita gente de quem gostava e acho que aceitei o fato de que não veria mais certas pessoas.

Pode ser amigo, namorado, colega de trabalho ou da família... quando passo muito tempo sem ver alguém, algo se perde. É uma fronteira invisível que se rompe. Acho que a culpa é minha, às vezes, basta um telefonema, um e-mail e até um recadinho no Orkut pra tornar as pessoas mais próximas. De certa forma, eu permito que as pessoas se afastem de mim, aceito com naturalidade a ausência delas em minha vida.

Admiro quem consegue criar um clima de intimidade rapidamente e, acima de tudo, os que conseguem mantê-lo. Tenho uma amiga que mantém sempre vivos os laços que a une a amigos, colegas, parentes. Ela jamais neglicencia relacionamentos. Ela liga, manda-email, marca encontros e, pasmem, combina até café-da-manhã pra reencontrar alguém. E eu não estou falando de intimidade forçada, que simplesmente abomino: tem gente que quer ser o melhor amigo de todo mundo. Aliás, há quem meça a popularidade pelo número de "amigos" no Orkut. Ah, e a gente ainda vê em colunas sociais de alguns jornais: fulaninho e fulaninha convidaram 200 amigos íntimos para o seu casamento. "Duzentos amigos íntimos"? Tá bom... mas isso é tema pra uma oooutra postagem.

Quem já trabalhou em grandes empresas também já deve ter percebido esse entra-e-sai de pessoas na vida da gente. Trabalhamos anos com alguém, horas por semana, às vezes compartilhamos muito da nossa vida e, de repente, essa pessoa não está mais lá. Foi demitida, arrumou um novo emprego, mudou de cidade, casou. Uma pessoa que era quase um membro da nossa família, passa a não fazer mais parte da nossa vida. Uma intimidade conquistada com a convivência constante, simplesmente, se evapora no ar.

Gostaria de não ter saído da vida de muita gente e adoraria que muitos voltassem a fazer parte da minha. Mas, como a maioria das coisas na nossa vida, é preciso dedicação. Um esforço em direção a quem se quer bem.

3 comentários:

lu castilhos disse...

Oi, Si.
Estas coisas de intimidade também são difícies pra mim... Deixar alguém entrar na minha vida é quase um desafio.
Espero que a gente não perca contato nunca. Aquela coisa, moramos quase uma ao lado da outra, basta agora a gente levantar o telefone do gancho hehehe.
Beijo grande pra ti, muchacha!
Lu

Anônimo disse...

Oi Si.
Existe alguém além de mim que marca um encontro as 7h30min da manhã pra 'colocar a fofoca em dia', com um café bem gostoso?
Acredito que ausência não é perda de intimidade. Há amigos íntimos (de fato) com quem não falamos por um tempo, mas quando reencontramos, parece que o tempo nem passou.
Mas não há nada melhor do que manter as pessoas que gostamos sempre perto.
Beijo, Vívian

Unknown disse...

A medida que fui lendo, fui visualizando nossa relação....tbm sou meio assim... durante todos estes anos, nossa amizade, sempre esteve na minha memória, mas sabe, hj trabalho,amanhã cansaço, dps um compromisso..... e o tempo voou... e agora faço das suas as minhas palavras:"gostaria de não ter saído da vida de mta gente e adoraria q mtos voltassem a fazer parte da minha..." tenho certeza q não é à toa q somos amigas, numa amizade, mto mais q contato frequente, afinidade é indispensável!! pode ter sido pouco, mas o tempo que convivemos foi maravilhoso e, ao menos p mim, inesquecível!!!! cm certa frequência, me pego lembrando daquela época.... ainda considero uma das melhores da minha vida!! Adoro vc de todo coração, bjus!!!